20 de jan. de 2011

O setor imobiliário e o futuro de São José.

Definitivamente São José dos Campos nunca mais será a mesma.

Lembro-me, por ocasião da notícia abaixo, das eternas discussões bairristas entre joseenses e taubateanos, sobre qual era a maior, mais desenvolvida e importante cidade da região (aqui entra também um pouco de rivalidade futebolística, mas isso não vem ao caso). Ainda hoje se vê esse tipo de conversa, principalmente no campo da internet, nos forúns de discussão, comunidades e comentários de notícias. Sempre a mesma baboseira. Mas levando em conta o sentido disso, eu sinceramente acho que hoje a discussão pra ver quem está melhor na parada passa pela qualidade de vida que suas cidades oferecerão daqui pra frente. E, nesse caso, os conterrâneos de Monteiro Lobato deveriam erguer as mãos pro céu e comemorar. Lá eles terão mais sossego.

Nossa administração municipal não teve coragem de dizer NÃO aos especuladores imobiliários, não foram capazes de criar uma lei orgânica municipal que previsse um futuro menos caótico em nossa cidade. Nada contra as construções, pois a cidade precisa crescer. Mas é evidente que o prefeito megalomaníaco, maluquinho e estressadinho da nossa cidade abriu as pernas para as construtoras construirem em São José dos jeito que bem entenderem, aproveitando o máximo possível cada metro quadrado a ser levantado. Em breve teremos condomínios com espigões imensos, onde sempre caberá mais uma família de classe média, mesmo que isso signifique levar uma hora pra sair do prédio até o quarteirão seguinte com seu carro. Enquanto isso, vamos perdendo vidas e desabrigando famílias que não tiveram a sorte de morar numa cidade cujo prefeito se preocupa com políticas sociais ao invés de só agradar aos poderosos.

Leia abaixo e entenda minha revolta.


São José libera 181 projetos e gera novo ‘boom’ imobiliário 
(www.ovale.com.br - 20/01/2011)

Beneficiados pela ‘lei tampão’, empreendimentos imobiliários vão reaquecer o mercado e gerar cerca de 2.000 vagas na construção civil da cidade; lista inclui 18 espigões que terão mais de 15 andares cada um

Beatriz Rosa
São José dos Campos

São José dos Campos pode viver um novo ‘boom’ imobiliário em 2011.
Após a prefeitura barrar a aprovação de 314 empreendimentos por cerca de um ano em razão da nova Lei de Zoneamento, o prefeito Eduardo Cury (PSDB) decidiu autorizar a liberação de 181 desses empreendimentos.

Entre os empreendimentos liberados estão 18 espigões com mais de 15 andares, prédios comerciais e residenciais, conjuntos habitacionais, hospitais, lojas, indústrias e a reforma de três shoppings da cidade.

As regiões sul, leste e oeste serão as mais afetadas pela verticalização. Outros 133 projetos do pacote foram definitivamente barrados pelo prefeito por não atenderem às exigências da prefeitura.

Lei. A liberação desse pacote de empreendimentos só foi possível em razão de diretrizes estabelecidas pela chamada, “lei-tampão”. Essa lei foi instituída em outubro do ano passado e criou uma brecha para a liberação dos empreendimentos com base nas antigas regras do zoneamento. Desde agosto de 2010 a cidade adotou uma nova lei de ocupação do solo, bem mais restritiva que a anterior.

Boom. O pacote liberado pelo prefeito Eduardo Cury aumentou em mais de 30% a média anual de aprovações na cidade.

“Temos a tendência de aprovar 120 projetos ao ano. É normal esse acréscimo quando há mudanças na Lei de Zoneamento”, disse a secretária de Planejamento de São José, Cynthia Gonçalo.

Segundo ela, 2011 será um ano aquecido para o mercado imobiliário. “O número de aprovações saiu da curva. E foi majorado porque as pessoas tentaram garantir os benefícios da lei anterior. E nós que já vivemos um boom construtivo teremos mais obras no mercado.”


Entrevista: Cynthia Gonçalo, Planejamento em São José

Qual a avaliação da senhora sobre o pacote aprovado?
181 empreendimentos aprovados é um bom número para a construção civil e irá manter o mercado aquecido. Normalmente aprovamos cerca de 120 por ano. Para chegar nesse número, juntamos todos os projetos que estavam em análise no setor de planejamento, nas outras secretarias e até os que estavam em processo no Estado. Os que atenderam a lei foram liberados e farão o ritmo da cidade se normalizar.

Que empreendimentos a cidade irá ganhar?
Novos prédios residenciais e comerciais em regiões como o Parque Industrial, o Novo Horizonte, o Jardim Aquarius e o Floradas. Também há muitos pontos comerciais, novas indústrias no Chácaras Reunidas e no Conjunto Eldorado. Há também ampliações como a do Prontil, dos três shoppings e de escolas.

E qual será o impacto viário dessas novas obras?
Todas as grandes obras terão contrapartidas viárias. Foram feitos estudos para evitar impactos no entorno desses empreendimentos. Na ampliação do Shopping Colinas, por exemplo, a contrapartida será a construção de uma nova faixa na Eduardo Cury.

Outros 133 empreendimentos foram barrados. Por que?
Foram indeferidos porque não atenderam à lei, alguns não possuiam certidão de zoneamento, outros não cumpriram exigências como prazos e contrapartidas. Cobramos parâmetros ambientais e de mobilidade urbana para manter a qualidade de vida e quem não os atendeu foi indeferido, inclusive os que entraram com ações na Justiça. A lei estabelecia um corte e sabíamos que nem tudo iria passar

Quando esses empreendimentos chegam ao mercado?
Em até dois anos. Nos próximos seis meses irão fazer as incorporações. Após esse processo terão dois anos para iniciar e manter a obra em andamento.

E a nova Lei de Zoneamento já foi aceita pela cidade?
Sim, é um novo começo. Já temos 37 grandes empreendimentos de prédios e indústrias em analise.


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Claro, todo o discurso de "estudos realizados" e "obras importantes para o município" ja vem preparado, ensacado e embalado a vácuo, e é o mesmo de sempre. Nas entrelinhas, no entanto, apesar das letras miudinhas, da pra ler claramente: O preço disso tudo é que daqui ha 15 anos seremos uma mini São Paulo, com alagamentos, congestionamentos e tudo o que de pior há por lá.

Link da notícia

1 Comentário:

Anônimo disse...

VC sempre tem a opção de não morar nesses locais.

Em São Paulo, a história é outra, os algamentos ocorrem em areas pobres da cidade e perto de corregos e rios.

O único corrêgo que dá problema em SJC é o do fundo do vale.

Vc queria que o crescimento ocorresse em qual sentido??? Zona oeste e sul que são limitadas pelo rio e pela serra da mantiqueira? ou sentido Paraibuna? Assim vc acabaria com a serra do mar.

Dica, estude. segunda dica, estuda mais. Terceira dica, continue estudando. Quarta dica, vai conhecer SJC, porque vc não sabe nada.

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